segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Trilho do Lethes à Montanha Santa

Sábado, 23 de Janeiro de 2010, 7h24m e estás prestes o inicio de mais uma aventura… desta vez o destino é o alto da Serra D’Arga, mais concretamente a Senhora do Minho!

O ponto de encontro do pelotão fez-se na margem do rio em Ponte de Lima. Do outro lado, lá estava o comandante Décio Juno Bruto a chamar por nós, mas como sabíamos estar na presença do Rio Lima e não do Rio Lethes… lá efectuamos a passagem para a outra margem, sem qualquer problema de formatação de memória!

Chegados ao quilómetro oito do percurso, eis que começa a ascensão da montanha santa ou montanha mágica, assim conhecida pelos romanos devido às numerosas casas de oração e eremitérios que lá existiram e existem… passando pela Via Sacra de Santa Justa e por pequenos aldeamentos escondidas nas encostas!

A meio da subida foram observados diversos fojos de lobo, de forma circular, do tipo Cabrita, designado deste modo pois era colocada uma cabra que servia de engodo para atrair o lobo no interior do fojo. Existe no entanto um outro tipo de fojo, de paredes convergentes, constituídos por duas paredes que convergem para um fosso, implicavam uma batida que envolvia toda a aldeia e, por vezes, as aldeias vizinhas. Os batedores conduziam o lobo para o fojo e este acabava por cair no fosso, previamente dissimulado com vegetação.

Após a passagem pelo povoado de Souteiro, pude observar do lado esquerdo dois raros modelos de moinho de água. A água antigamente captada no Regato da Fraga, era posteriormente encaminhada até aos moinhos através de aquedutos em pedra de granito… uma verdadeira obra de engenharia serrana!

Após este docinho, fomos finalmente brindados com a cereja no topo do bolo, isto é, com uma magnifica calçada romana em pedra e muito bem conservada, que nos levou finalmente até ao cume e ao airoso santuário no alto da montanha, a 700 metros acima do Atlântico, donde pudemos finalmente observar uma esplendorosa paisagem de todo o Minho… montanhas e mais montanhas até perder de vista… e lá bem ao, fundo a foz do Rio Lima em Viana do Castelo… fantástico!

Penso que se poderemos associar facilmente a etimologia da palavra "Arga" a "Agra" que significa rude, áspera, selvagem... com a descrição deste percurso… que tanto gozo deu realizar, pois foi sem dúvida um enorme esforço físico e psíquico a todos os participantes…
Como companheiros de percurso tive o Bruno, Daniel, Pinhel, Mário e o meu GPS!!!


Gostaria de deixar por fim uma pequena nota histórica, sobre o Rio Lethes:

Reza a lenda que na mitologia grega existiria um rio, responsável pelo esquecimento total das memórias de todos os que bebessem das suas águas.

A sua localização é contraditória, algumas versões dizem que o Lethes se encontrava nos Campos Elísios, onde os seus habitantes ficariam no paraíso durante 1000 anos até se apagar tudo de terreno neles, depois disto bebiam as águas do Lethes, esquecendo toda a sua vida reencarnando em animais.

Segundo a lenda, em 135 aC, Décios Junos Brutos, comandando o seu exército de romanos atingiram as margens espanholas do Rio Lima, a caminho das suas conquistas em Terras lusas, contudo a beleza do lugar e do rio apavoraram os soldados, fazendo-os acreditar que se tratava do Rio Lethes, e apesar das ordens do seu comandante para atravessar o rio, os soldados não arredavam pé do lugar, e então o comandante para provar que era um rio normal, decidiu ser o primeiro a atravessa-lo levando consigo unicamente o estandarte das águias de Roma. Chegando à outra margem, virou-se para os seus soldados dizendo que não se tinha esquecido de nada, provando-o dizendo o nome de cada soldado, e assim feito os soldados decidiram-se a atravessar o Rio Lima.

1 comentário:

  1. Sejam bem vindos ao lado negro da força....

    Mas lembrem-se:
    O Lado Negro da Força é por convenção puramente irracional. Mas toda a sua pureza é simplesmente divinal.

    MY

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