quinta-feira, 3 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Arcos da agoa publica

Num dos últimos passeios que fiz pela zona da Póvoa de Varzim, apercebi-me da existência de vestígios daquilo que me perecia ser um antigo aqueduto para abastecimento de água.
Após algumas pesquisas, confirmei a minha suspeita quanto a esta relíquia na velha Póvoa. Efetivamente este aqueduto foi erguido no século XVIII para o abastecimento do tanque da Praça Nova, em função do crescimento económico e demográfico da Póvoa de Varzim após esta se ter tornado a fonte abastecedora de peixe das províncias do norte do país na segunda metade de Setecentos.
Foi o corregedor Francisco de Almada e Mendonça (o Almada) o grande mentor da reforma urbanística da Póvoa de Varzim nessa época, para responder à Provisão Régia de Maria I de Portugal em 1791. Abriu-se a praça a que hoje se chama Praça do Almada, em honra a este corregedor; abriu-se uma outra praça onde passaram a ser realizados os mercados e feiras e construiu-se o aqueduto para levar a água ao novo centro do concelho, então denominado de arcos da agoa publica (1795).
Para além de preencher a necessidade de falta de água potável no centro da urbe, o aqueduto era fundamental para continuar o processo de expansão urbana. Poderá ter sido o Aqueduto de Santa Clara de Vila do Conde que terá servido de inspiração ao novo aqueduto. A água era colhida na Fonte da Bica (fonte histórica da cidade da Póvoa de Varzim, cujas mais antigas referências conhecidas à fonte datam de 1553 e 1567) e era conduzida por uma calha coberta, com pedras encaixadas umas nas outras para a Fonte do Ruivo, onde começava o aqueduto.
Da primitiva estrutura chegou até nós parte significativa, apesar de oculta junto ao Bairro da Matriz, que foi em tempos aproveitado para fazer muros.