sábado, 20 de fevereiro de 2010

my painted owl...

Mocho-galego (Athene noctua) em pleno voo nocturno pintado por mim a tinta da china

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Trilho do Kryos*

Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2010, 7h52m e estamos estacionados no nosso campo base em Negreda, Bragança.
O vento forte e o frio que se fazia sentir (certamente alguns graus abaixo de zero) não eram muito convidativos à prática de aventuras outdoor, ainda assim resolvemos por unanimidade aceitar o desafio e por pneus ao trilho…
Ainda não tínhamos saído da pequena povoação de Negreda, fomos saudados por uma simpática senhora que, mal soube que o nosso destino era a ascensão até ao alto da Serra da Nogueira, nos desejou boa sorte: “tenham muito cuidado”…
Na parte inicial do percurso até à povoação de Celas, é possível observar magníficos exemplares de carvalhos-negrais, castanheiros e nogueiras, dando-nos a sensação de estarmos em terras mágicas que o frio conservou ao longo dos tempos!
Esta parte inicial do percurso não nos pareceu muito complicada, até pelo facto de o vento não ser ainda muito forte… complicado tornou-se logo após a povoação de Celas, pois o vento subiu de intensidade e estávamos a ser atingidos por imensas rajadas de vento com sentido contrário ao da nossa progressão! Por momentos lembrei-me se um livro que li a algum tempo atrás, denominado “A Mais Alta Solidão”.
Numa altura em que a água do tubo dos Camel-Back se encontrava completamente congelada, abrigados numa giesta ponderámos desistir ou continuar a subir!
Não muito longe dali, parecia que o trilho iria entrar numa mata de pinheiros, o Alto do Candainho, esta era a nossa única hipótese de resistir aos ventos gelados!
Nesta parte do percurso, o track estava cheio de neve e gelo que faziam com que a nossa condução e progressão fosse bastante mais cautelosa e difícil… mas pouco a pouco chegámos, abrigados pelas árvores, à zona da Cumeeira.
Lá continuámos a subir, subir, subir… sempre a subir pelo lado esquerdo da cumeada da Serra da Nogueira até finalmente atingirmos o seu cume no Santuário de Nossa Senhora da Serra. Cume atingido!
Pausa para um pequeno registo fotográfico, descongelar os dedos das mãos dentro da boca e está na hora da vertiginosa e gelada descida de regresso pelo Alto do Fragão… pequena paragem na povoação de S. Cibrão, para uma nova tentativa de descongelação de dedos.
Finalmente deu-se o retorno até ao nosso campo base, onde nos aguardava um duche prolongado de 30 minutos e uma saborosa refeição em ambiente familiar.
A título de cultura geral, aproveito para informar que em Negreda, as vacas festejam o dia de São Valentim no dia 15 de Fevereiro… tradições!
Como companheiro de trilho tive o Mário que uma vez mais esteve à altura do desafio… desta vez valeu-me apenas o litro de água que tinha ingerido antes do início do percurso, pois eu estive bem de olho aberto para verificar que não havia ingestão de espinafres enlatados!
(*) do grego Kryos = frio

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Trilho da Anta Perdida

Sábado, 06 de Janeiro de 2010, 7h47m e estamos de partida para mais uma pequena aventura de exploração, desta vez para os lados de Esposende!
Parte do percurso inicial foi desenhado sobre o Google Earth e, deixem que vos diga, ficou uma maravilha! Tal como planeado, logo no segundo quilómetro entrámos num trilho off-road que, devido à imensa chuva que se tem feito sentir, mais parecia um pequeno excerto de um qualquer raid da lama… escusado será dizer que as nossas meninas ficaram logo todas sujas! Quem nos visse, pensaria que andaríamos à horas no monte… enganadinhos!
Bom, mas como o percurso nem só de lama se tratava, rumámos para os lados da arriba fóssil do monte de Palmeira de Faro, com a finalidade de descobrir um antigo castro e uma anta ou dólmen existente para aqueles lados…
Apesar de existirem para aqueles lados algumas placas com indicação de anta, o certo é que não demos com ela… voltas e mais voltas e nada… ficará para uma próxima oportunidade!
Quanto ao Castro de s. Lourenço, cujas ruínas ou restos arqueológicos de povoado da Idade do Ferro
característico das montanhas do noroeste da Península Ibérica, construído com estruturas predominantemente circulares, esse foi relativamente fácil de encontrar… pena foi o tempo estar muito nublado e não ser possível apreciar a paisagem lá do cimo.
Já agora, gostaria de esclarecer qual a diferença existente entre Castro e Cividade ou Citânia: uma Cividade (substantivo feminino antigo de cidade) ou Citânia é um castro de maiores dimensões e importância.
O percurso desenvolveu-se para os lados do Poço do Lobo, cujos trilhos técnicos e rápidos, cheios de raízes e pedras fizeram as delícias de todos…
Após um erro de leitura de GPS, eis que estamos totalmente fora do trilho e entregues à nossa capacidade de improviso… e ainda bem que assim foi, pois só desta forma chegaríamos a uma antiga igreja escondida por entre a vegetação densa que lhe serve de abrigo dos saqueadores de arte sacra! Logo ali tão próximo, estava a casa ou mansão de todos os nossos sonhos… mas desenganem-se todos os que pensam que os donos têm dinheiro para pagar as contas de electricidade, pois isso pode não ser verdade!
Chegámos então à zona da Praia do Belinho situada a sul da foz do Rio Neiva, praia esta caracterizada pela existência dos mais variados seixos, com os mais variados formatos com uma paisagem envolvente única e bela.
Deu-se então o regresso a Esposende por trilhos de roda fina… que satisfizeram o nosso colega Pinhel pois finalmente pôde dar asas à sua velocidade de ponta e chegar aos alucinantes 33km/h…
Como companheiros de percurso tive o Mário e o Pinhel, que tal como eu, resolveram finalmente chegar ao lar a horas e munidos de recordações gastronómicas de 0,85€!


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Drave, a aldeia mágica...

Drave é uma pequena aldeia típica de casas feitas em pedra de lousa ou lousinha e coberturas em xisto, perdida numa cova entre a Serra da Freita e a Serra de São Macário, situada na Freguesia de Covêlo de Paivó, Concelho de Arouca, Distrito de Aveiro, Diocese de Viseu, neste momento desabitada mas não abandonada. Praticamente isolada dos lugares vizinhos, com fracos acessos, impraticáveis até durante o inverno, Drave foi berço da família Martins, que se conhece desde 1700, tendo o padre João Nepomuceno de Almeida Martins, tomado a iniciativa de realizar naquele local em 1946, a primeira reunião familiar, que trouxe até lá mais de 500 parentes, desde então esta reunião tem-se vindo a realizar de 2 em 2 anos…
Este será um dos próximos destinos do track’s by nature...

Fotografia de Lobo Solitário