segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Caminho - Dia 1


Dia 8 de Maio de 2009, 6h50m chegam os primeiros peregrinos à Sé do Porto com as biclas carregadas até não poder mais… prontinhos para a grande aventura! Rapidamente os restantes elementos do grupo aparecem com os olhos ainda bastante empolados de uma curta noite de sono. É hora de realizar os últimos ajustes em todo o equipamento, colocar conta-quilómetros, colocar a última gotinha de óleo nas correntes, pormenores verdadeiramente dignos de profissionais do asfalto… sim, sim… não estou a ser nada exagerado, pois alguns elementos do grupo chegam a adequar o tipo de pneumáticos às condições do piso, verdadeiramente coisa de “malta pró” nesta modalidade!!!

Credenciais distribuídas e eis que estamos prontos para o nosso primeiro dia de percurso, realizado por estrada entre a Sé do Porto e o Albergue de S. Teotónio em Valença, seguindo e EN13.

Depois de uma verdadeira gincana urbana pela cidade do Porto, com carros a fazer de mecos e condutores stressados a dificultarem as manobras, eis que rolámos pela EN13 sempre alinhadinhos até Valença, carimbando as credenciais aqui e ali, com algumas paragens para reagrupamento e abastecimento de motores com bolas de Berlim, Clarinhas de Fão, barritas de cereais e suplementos energéticos, bem necessários face às solicitações do percurso… 133 kms num só dia!

Chegados a Valença, que bem que soube deitar o corpinho na erva fresquinha e picante da rotunda, a primeira grande etapa estava concluída e todos os elementos do grupo estavam de parabéns…

Houve no entanto um elemento do grupo, o qual eu não vou citar o nome, que estava visivelmente perturbado levando-nos a pensar que poderia ter sido contaminado com uma qualquer gripe da moda (sintomas de elevadas temperaturas no traseiro, sensibilidade ao toque dos telemóveis e algumas posturas corporais menos adequadas), mas felizmente, não passou de um falso alarme…

A primeira pernoita foi efectuada no albergue de S. Teotónio… o complicado foi mesmo a entrada no albergue, pois o casal de guarda nunca mais aparecia e os motores estavam em arrefecimento acelerado e desejosos do banho retemperador…

Distribuídos pela camarata (uns por cima, outros por baixo) eis que as pálpebras começam a vacilar e o sono toma conta dos nossos sentidos… mas após um descanso inicial eis que começa a verdadeira realidade nocturna… O inicial cantar de grilos e das cigarras foi gradualmente substituído por um incrível e fabuloso ressonar colectivo, tendo direito a um pastor (um dos elementos emitia um som que parecia um guardador de rebanhos a chamar as ovelhas Tok, Tok, Tok…)

E foi assim o nosso primeiro dia desta fabulosa aventura…

Peregrinos na Sé do Porto


Vila do Conde

Centro histórico de Caminha

Albergue de S. Teotónio

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