quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Linha do Tua

Sábado, 19 de Setembro de 2009, 6h57m e iniciar-se a correria para mais uma actividade pedestre, desta vez o destino é a Linha de Caminho de Ferro do Tua no Alto Douro, mais concretamente entre as Estações do Tua e de Brunheda, ao longo de 21 km’s pela antiga linha. A verdadeira etapa teve início logo na Estação do Pinhão, local onde apanhámos o comboio em direcção à estação do Tua, percurso que deu para observar os primeiros momentos do magnífico dia que tínhamos pela frente… e para matar algumas saudades de andar de comboio… à quanto tempo! A nossa actividade pedestre foi então iniciada na Estação do Tua… e lá partimos rumo ás antigas pontes metálicas e magníficos túneis ainda assim muito bem conservados apesar dos já 122 anos de existência. Apesar de cansativo, o grupo de Um Par de Botas composto por 33 elementos “entraram nos eixos”. No final da etapa fomos brindados novamente com mais um pequeno percurso de comboio entre o Tua e o Pinhão em que o ponto final foi um excelente par de bolos de chocolate…

Caminheiros UPB participantes: Colina, Papoila, Andarilhus, Coura, Tília, Coxo, Meruje, Peneda, Sherpa, Sherpa-Lhamu, Arga, Pé de Chumbo, Sequoia, Medronho, Esteva, Galga Montanhas, Bicho do Mato, Celta, Nogueira, Pedrada, Aranha, Pé Posto, Pitões, Júnia, Messe, Girafa, Panda, Liberdade, Leopardo, Zimbro Vermelho, Cedro, Guia, Teleférica e os caloiros Socalco e Linha.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Trilho do Tua

Foi em 16 de Outubro de 1884 que arrancou a construção da empreitada de construção da Linha de Caminho de Ferro do Tua, começando assim uma verdadeira epopeia de três anos de construção de uma das mais notáveis obras de engenharia civil portuguesa. As dificuldades técnicas de construção foram excepcionalmente elevadas nos quilómetros iniciais, desde o Tua até Brunheda, pois além do grande desnível a vencer, o vale do Rio Tua no seu percurso final é profundo e encaixado, serpenteando por gargantas e escarpas implacáveis de rocha pura.
Esta linha foi inaugurada em 27 de setembro de 1887, tendo um de património e historial bastante interessante assim como um conjunto de paisagens fabulosas que atraem todos os anos bastantes visitantes... o tracksbynature está atraído e de malas aviadas para uma aventura pela linha!!!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ponte da Mizarela

Reza a lenda que certo dia um criminoso ao fugir da justiça vê-se encurralado nos penhascos sobranceiros ao rio Rabagão. Em desespero, apelou, à ajuda do diabo, que acedeu, pedindo em troca a sua alma. O diabo fez então aparecer uma Ponte ligando as margens do rio, passando então o criminoso, mas de seguida fazendo-a desaparecer, travando assim as autoridades. O criminoso, arrependido, decide procurar um frade para ter a sua alma de volta. Obedecendo ao plano do frade, o criminoso volta ao lugar a pedir o auxilio do Diabo para a travessia, fazendo reaparecer a ponte. O frade benze então com água benta a Ponte, o penitente recupera a alma perdida e o diabo perde a mais uma batalha do bem contra o mal. A ponte ficou então com um carácter sagrado, e ainda hoje se diz que se algo vai mal numa gravidez, deve a mulher pernoitar debaixo da ponte, e a primeira pessoa que pela manhã passar pela ponte deverá ser o padrinho ou madrinha da criança, que deverá receber o nome de gervásio ou Senhorinha.

Este será um dos próximos destinos do traksbynature...

domingo, 13 de setembro de 2009

Trilho de Santa Eufémia - Xurês

Sábado, 12 de Setembro de 2009, 6h23m e inicia-se mais uma actividade de montanha, desta vez o destino era o Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés, mais concretamente o alto de Santa Eufémia. O percurso foi iniciado em São João do Campo do Gerês tendo-se seguido para a Mítica aldeia submersa de Vilarinho das Furnas, onde observámos ainda as casas, os caminhos e alguns muros da antiga aldeia. Tivemos ainda oportunidade de nos cruzar com quatro exemplares de Garranos (Equus cavallus) que andavam por aqueles lados…
Após uma mudança de rumo, o percurso que se seguia era a “Foresta di Migliari”, mais vulgarmente conhecida como Via Nova Romana ou Geira Romana, via XVII do itinerário do imperador Antonino, que ia de Braga a Astorga, sendo o mais extenso troço de estrada romana existente em Portugal ainda com alguns troços de calçada e marcos miliários, que nos inseriu num contexto paisagístico bastante agradável até à Portela do Homem. Numa dada altura, os papéis chegaram mesmo a ser invertidos, sendo a bicicleta a estar por cima… imagino o que iria no cérebro dos meus companheiros acerca da minha pessoa! Aqui começou a verdadeira etapa do percurso com a ascensão até ao alto de Santa Eufémia, percurso algo exigente tecnicamente, que nos fez transpirar bastante, pois o calor apertava e ainda não houve até à data nenhuma alma caridosa que idealizasse um ar condicionado para bicicletas…!
Nesta zona do percurso, a amplitude visual para a Serra do Gerês era fenomenal podendo ser facilmente observado o Pé de Cabril, Borrageiro, o vale de acesso às Minas dos Carris e o Pico da Nebosa, ponto mais alto da serra do Gerês com 1558 metros de altitude… estávamos a observar o território do quase extinto Lobo (Canis lupus) que durante muitos anos habitou e se deslocou por toda aquela zona!
Chegámos ao alto pudemos então observar duas aves de rapina que, devido à sua dimensão e recorde de asas não nos deixaram qualquer dúvida quanto à sua identificação, tratava-se de um par de Águia Real (Aquila chrysaetos) que possivelmente estariam a nidificar por aqueles lados…
Para recuperar as energias nada melhor do que descer pelo largo estradão até aos banhos no rio Caldo, onde após um mergulho e umas sandochas mistas, ficámos novamente aptos a realizar a ascenção pela Geira Romana até à Portela do Homem seguindo-se o percurso inverso já realizado até ao Campo do Gerês!
Como companheiros de viagem tive o Pinhel e o Daniel que estiveram muito bem durante todo o percurso, só tendo tido algumas reclamações face à dureza e extensão do mesmo, pois foram 68 kilómetros a pedalar!!! Ainda assim o sentimento de satisfação no final da etapa era bastante elevado “Não contes mais comigo… voltamos já para a semana!!!”

Gato Montês (Felis silvestris)

É um carnívoro de médio porte, semelhante aos gatos-domésticos, mas mais robusto. Com uma cabeça grande e arredondada, com um focinho curto, poderosas mandíbulas, olhos geralmente verdes, patas curtas e fortes e pelagem acastanhada ou acinzentada, o que permite camuflar-se no seu ambiente natural. A principal característica distintiva é a sua cauda grossa e de aspecto tufado, que apresenta 3 a 5 anéis pretos, largos e bem espaçados, terminando numa ponta negra arredondada. Este espécie pode ainda hoje ser observada no Gerês e Xurês... se bem que devido a passuir hábitos nocturnos seja bastante difícil a sua obervação no meio natural...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Aldeia Submersa...

Protelada durante alguns anos a sentença de morte que lhe for a ditada, Vilarinho das Furnas viu, em 1969, chegar a hora da sua destruição, pela construção de uma barragem.
Aconchegada no sopé da Serra Amarela, e por isso defendida das nortadas frias de Inverno, aninhava-se entre o Rio Homem e a Ribeira do Eido, que lhe irrigavam os campos. Remetida para um sistema de vida comunitária pastoril, único possível para vencer as deficientes condições de subsistência que o local oferecia, Vilarinho das Furnas desapareceu sobre o manto das águas frias e límpidas que, durante, tantos anos, lhe deram vida.

Actualidade...

... outros tempos!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mariolas

São uma espécie de marcos deixados pelos pastores das serras, feitos com amontoados de pedras, para melhor seguirem os seus rebanhos, especialmente quando a neve cai e não se vêm os trilhos. Servem de orientação para que tomemos o rumo correcto...

Pé Posto

Trilhos de Pé Posto

"Sem dúvida que o que mais gostamos na SERRA é a beleza intrínseca da natureza na sua forma espontânea e envolvente.
Caminhar na serra e apreciar o relevo das montanhas, a beleza de uma flor, as cores das árvores (principalmente no Outono), os riachos a escorrerem pelas encostas... Tudo isto é belo! É o que mais gostamos de sentir e apreciar durante as nossas actividades. É a natureza em si que nos chama à Serra.

Se há algo que me fascina no PNPG são os TRILHOS DE PÉ POSTO. É este pequeno, mas relevante cunho do Homem (pastor) que gostamos de ver e percorrer na serra. São as nossas "auto-estradas". Estes trilhos dão-nos uma visão do Homem na Serra. Sabemos por onde andaram, durante décadas, os nossos antepassados (pastores). As vias que abriram para chegarem de forma mais rápida e segura a determinado lugar. Podemos distinguir os locais mais "visitados" e os que começam a ficar abandonados. Dão-nos uma perspectiva dinâmica da serra.
Não podemos esquecer que muitos desses "trilhos" ainda estão abertos graças ao gado bovino e caprino.

Sabemos que muitos desses trilhos estão a desaparecer. Tanto pelo abandono da pastorícia como pela ausência de "caminheiros" (pastores e pedestrianistas). O UPB à sua conta e à sua medida tem contribuído para preservar e dinamizar muitos desses trilhos.

Onde quero chegar?!?
Não será uma grande perda de património natural, o abandono destes trilhos!?! Sabendo que fazem parte da "estória" do PNPG!?!? E já agora, por que não CATALOGÁ-LOS? Os que aparecem nas Cartas Militares são ínfimos em relação aos que existem na realidade. E catalogando esses trilhos poderemos saber mais sobre a vida na serra. Sobre as andanças dos pastores e do gado, das populações autóctones, dos caminheiros. Quais os pontos de acesso, as direcções tomadas, os percursos realizados..."

Para reflectir!

Saudações montanheiras,

Medronho